O Farol de São Lourenço da Cabeça Seca, também conhecido por Farol do Bugio foi construído em 1578, mas 12 anos depois (durante o reinado dos Felipes), o Rei Felipe II pede aos arquitetos italianos João Vicenzo Cazale e Leonardo Turriano para ampliarem a obra.
Apesar de ter uma forma arredondada (algo arrojado para a época) e estar situado num banco de areia a meio do Rio Tejo (entre Oeiras e a Trafaria), o Forte ganhou protagonismo e foram muitos os militares, tenentes e sargentos que estiveram na construção que servia para proteger a Barra de Lisboa.
O Forte do Bugio é circular, está situado numa base que tem 62 metros por 6 metros de altura, enquanto a construção propriamente dita tem 33 metros de comprimento, 7 metros de altura, 2 pisos e 8 divisões.
Durante anos serviu de posto de vigia e de farol, mas atualmente só mantém a função de alertar os barcos que circulam no Rio Tejo; nos tempos reais, para além de proteger também serviu de colégio (destinado à educação dos filhos dos militares) e de prisão.
O prisioneiro mais famoso acabou por ser o General Gomes Freire de Andrade, que foi acusado de conspirar contra D. João VI e de traição à pátria e, por isso, foi enforcado.
Em 1755, o Terramoto e o Tsunami de Lisboa destruíram a Torre principal, mas 20 anos depois tudo voltava à normalidade, graças ao brilhantismo do Marquês de Pombal (e Conde de Oeiras) e do ministro Duarte Pacheco.
No Séc. XX, o Farol passa a ser reconhecido como imóvel de grande valor histórico e cultural e o Estado Novo tomou conta dele, desarmando-o no final da II Guerra Mundial e eletrificando-o em 1959; em 2000 também sofreu obras de restauro.
Como a maior parte dos faróis atuais, este também não possui faroleiro, o que acontece desde os anos 80; antes desta data, alguns homens (que viviam no Bugio) cuidavam da construção, em sistema de rotatividade, mas em 1981 foi instalado um aparelho automático que permitia à Central da Direção de Faróis controlar o mesmo de forma remota.
O Farol não é aberto ao público, mas sabe-se que tem 12 pontos interessantes: o Terraço, construído para melhorar o poder de fogo; a Sala das Colunas; a Praça do Infante; a Sala da Cisterna; as Masmorras de São Julião; as Portas do Mar; o Palácio de São Julião da Barra, sala que servia para receber convidados; o Baluarte de São Filipe; a Capela da Nossa Senhora da Conceição (revestida de azulejos que retratam figuras importantes da história do nosso país, como D. Afonso Henriques e Luís Vaz de Camões.
Apesar do Farol pertencer ao concelho de Almada, a construção está muito ligada à vila de Oeiras e do ponto de vista militar, ele pertence ao comando da Fortaleza de São Julião da Barra.