Cerca de 100 motoristas TVDE juntaram-se, esta terça-feira, em Algés para discutir os problemas que enfrentam diariamente no seu trabalho, recusando estar ligados a qualquer associação, partido político ou outro interesse.
Jorge Júnior, um dos promotores do 1.º Encontro de Motoristas TVDE (Transportes em Veículos Descaracterizados a partir de Plataforma Eletrónica) disse à Lusa que o grande problema do setor é a falta de união. «Destas últimas manifestações, nos últimos cinco anos – e eu estive presente em todas – em nenhuma conseguimos chegar a um consenso», disse. Por isso, continuou, juntamente com outras pessoas, tiveram a ideia de organizar um encontro para conhecerem outros motoristas, «saber opiniões, o que cada um passa no seu dia-a-dia, a dor de cada um».
Assim, pelo menos os que estiveram no encontro em Algés preencheram um inquérito para retratar o setor. Esses inquéritos, referiu Jorge Júnior, serão agora analisados e poderão dar pistas sobre o que se passa no setor e dar origem a uma nova iniciativa ou um movimento.
Embora admitindo que possa estar a generalizar, Jorge Júnior assinalou que muitos motoristas «não se sentem protegidos ou representados pelas associações existentes».
Ainda de acordo com Jorge Júnior, que trabalha nos TVDE há oito anos, a maior preocupação referida pelos motoristas foi o «excesso de viaturas na rua», pois como trabalham à semana «quantos mais carros, menor o valor que recebem». A par disso, acrescentou, a falta de fiscalização no setor foi igualmente apontada como um dos problemas do setor.
«Uma corrida que há três anos custava 28 euros, hoje, a mesma corrida, custa 11 euros. É uma grande diferença», exemplificou.
Jorge Júnior referiu também que os motoristas que se deslocaram hoje a Algés pediram mais encontros, tendo ficado já agendado um para o Porto, no dia 12 de fevereiro.