Duplicação da ribeira de Algés é aposta da câmara

Imagem: CM Oeiras
A aposta na duplicação da Ribeira de Algés é apontada pela Câmara como solução mais eficaz para minimizar os impactos de futuras intempérie em Algés como aconteceu em vários distritos do continente que foram afetados por chuvas fortes entre o final de 2022 e o início de 2023, com grandes inundações, estragos em estradas, comércio e habitações e dezenas de desalojados.

Na região de Lisboa a chuva caiu com mais incidência nos dias 08 e 13 de dezembro. Além da capital, foram afetados com maior gravidade os municípios de Loures, Odivelas e Oeiras, onde se registou uma morte em Algés.

Pouco mais de dois anos depois, em declarações à agência Lusa, a vereadora com o pelouro da Proteção Civil na Câmara de Oeiras, Joana Batista (Inovar Oeiras), explicou que a autarquia tem levado a cabo um conjunto de «medidas preventivas», mas ressalvou que «a medida estruturante será a duplicação da ribeira de Algés, é uma obra que é crucial e estratégica há cerca de 20 anos. É fundamental fazê-la. Não podemos esperar mais».

Recorde-se que ainda antes da concretização dessa obra, a edilidade pretende avançar já em abril com o processo de reabilitação da ribeira, uma intervenção que será dividida por fases e terá um valor global de cinco milhões de euros.

A primeira fase de reabilitação da ribeira, que atravessa os municípios de Oeiras, Amadora e Lisboa, está orçada em 1,5 milhões de euros e irá abranger o troço entre o Largo Comandante Augusto Madureira e o Mercado de Algés.

Contudo, além destas intervenções mais estruturais, a responsável pela Proteção Civil referiu que o município levou a cabo durante estes dois anos medidas como a retirada de areias da conduta de Algés ou a instalação de comportas.

«Avançámos com o desassoreamento da própria ribeira, que é esse o grande problema. Temos uma máquina em permanência, os 365 dias do ano, a retirar areias para que a secção não tenha qualquer tipo de constrangimento. Estamos a falar de um investimento anual de meio milhão de euros», apontou Joana Batista.

No âmbito das medidas preventivas, a Câmara levou também a cabo a instalação de comportas contra as enchentes em todos os vãos na Baixa de Algés e um sistema de encaminhamento de águas pluviais.

O presidente da União das Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo, João Antunes (Inovar Oeiras), afirmou em declarações à Lusa que «o clima vivido na localidade neste inverno tem sido calmo» e que «autarquia tem vindo a fazer tudo para evitar novas cheias.»

«Limpámos a ribeira, foi feito tudo aquilo que nos foi possível. Rezamos para que não chova muito aqui do nosso lado, mas sinto que com aquilo que já foi feito, hoje estamos mais seguros», sublinhou o autarca, que é também é presidente da Associação Comercial e Empresarial dos Concelhos de Oeiras e Amadora. João Antunes revelou ainda que todos os comerciantes receberam o apoio que lhes foi destinado na sequência dos prejuízos decorrentes da intempérie.

 

Em dezembro de 2022, a Baixa de Algés viveu duas grandes cheias, que vitimaram mortalmente uma pessoa e inundaram garagens, restaurantes e lojas, com os prejuízos a ascenderam a 10 milhões de euros.