
“Fim de vida” é o mais recente single lançado por Peter Strange, uma música que retrata um estado depressivo que tem uma relação on e off com a sua pessoa. Natural de Oeiras e residente em Barcarena, Strange, que admira José Mourinho e venceu o Festival de Bandas Zé Pedro-2024, assinou a letra e música num só dia. Musicalmente, “Fim de Vida” mantém-se fiel ao ADN de Strange: um rock moderno com fortes raízes no universo americano. O tema abre com uma intro a lembrar Muse, um pré-refrão inspirado nos Queens of the Stone Age, um refrão explosivo ao estilo dos Foo Fighters e, para culminar, um duplo solo de guitarra que evoca a energia dos Metallica. NOTÍCIAS DE OEIRAS falou com o músico que gravou e co-produziu o single que contou com a captação, co-produção e mistura de Bruno Celta no estúdio Prima Donna Recordings, e a masterização de Rui Dias no Mister Master.
– Quem é Peter Strange?
– Tenho 29 anos, sou de Oeiras, agora a viver em Barcarena, mas já residi em Linda-a-Velha, Algés e Carnaxide. Sempre vivi no concelho, excepto quando estive em Inglaterra por dois anos a acabar os meus estudos. O projeto Peter Strange existe há cerca de 10 anos, tendo começado como banda de quatro elementos. Em 2017, quando emigrei, “Peter” passou a ser um projeto a solo, e assim ficou até hoje.

– Qual o mais recente single? Está assente em que tema?
– Chama-se “Fim de Vida” e foi lançada a 12 de setembro. A canção retrata um estado depressivo que tem uma relação on e off com a minha pessoa. Por vezes fraco, por vezes forte. Já estive bem em baixo psicologicamente, principalmente em altura de pandemia, mas não gosto muito de falar sobre isso. Prefiro expressar-me e contar o meu dia-a-dia dessa situação através da canção. A uma pequena vitória para mim já conseguir falar e cantar sobre este assunto de uma forma mais distanciada e imparcial e leve.
– Porquê o nome “Fim da vida”?
– É uma perspetiva depressiva alimentada pelo lado negro do ser humano que faz alguém achar que o seu tempo chegou ao fim. Não por não existir mais tempo, mas por não se conseguir capaz de lhe conseguir dar mais utilidade.
– Em quanto tempo foi escrita?
– A canção foi feita num dia. Letra e música. Às vezes é assim, mas é raro.
Foi composta, co-produzida e toda gravada por mim. A captação, co-produção e mistura foi feita pelo fantástico Bruno Celta no estúdio Prima Donna Recordings e a masterização foi feita pelo mestre Rui Dias do Estúdio Mister Master.
– Qual o estilo? Porquê rock?
– Apesar de ter vivido no Reino Unido, o meu som tem uma identidade mais de rock moderno americano, e esta canção não foge à regra. As influências não fugiram muito do meu habitual. Neste caso, a intro vem dos Muse, o pré refrão vai buscar os Queens of the Stone Age, o refrão é dos Foo Fighters, e com o duplo solo de guitarra, pedi ajuda aos Metallica. O rock foi o estilo que me fez ser músico. Foi o que me “puxou” para ser artista. Talvez pela história, pela atitude ou pela execução.
– Ligação especial aos Muse, Queens of the Stone Age, Foo Fighters e
Metallica?
– São grupos que fui sempre acompanhando desde que estou ligado à música. Quis pegar em características deles e juntar em algo original. Os Muse pelos sons bizarros de guitarra, os Queens pela mistura peculiar, os Foo Fighters pelos refrões simples e orelhudos, e os solos de guitarra harmónicos dos Metallica.
– Onde foi encontrar o talento ou a quem sai da família?
– Não tenho músicos na família. A minha mãe é fisioterapeuta e o meu pai é arquiteto. No entanto, o meu pai e a minha tia, a sua irmã, estudaram na Escola de Música Nossa Senhora do Cabo em Linda-a-Velha, e eu segui os passos em criança. Acho que veio daí.
– Os custos são a seu cargo?
– Sim. Contei com ajuda da SPA e de um investidor no passado, mas neste single sim, foi tudo a meu cargo.
– Como se auto-define Peter Strange?
– Sou minimamente apreciável numa zona onde quase ninguém é. Os meus posicionamentos são claros, mas nunca extremados, e deixo isso nas canções. A única certeza que tenho é que não tenho a certeza de nada, e estou a aprender a viver bem com isso. Estou numa altura em que pouco me importa a eventual reação negativa em relação à temática das minhas canções. Vivo e deixo viver, mas não me importo muito se ofendo alguém por ter certos pensamentos. Importo-me mais quando me ofendo a mim próprio.
Apenas me sinto muito grato quando gostam daquilo que faço. É das melhores sensações do mundo e é o que me dá força para continuar na música.

– Quando e como se iniciou o teu percurso?
– Ainda no secundário, quando comecei a aprender a tocar guitarra sozinho na guitarra do meu irmão mais novo. A partir daí foi uma paixão que nunca mais larguei. Montei bandas de versões com colegas da escola e fui tirar um curso de produção musical.
– Quantos albuns editou?
– Sim, tenho dois álbuns editados. Lancei o meu primeiro disco em 2021, com temas em inglês, intitulado “Equilibrium”. Um disco de malhas garage-rock, por vezes a roçar o punk e com tempo para uma balada mais melódica e moderna. Já em 2024, passei para o português com o “Contraste”, dividido entre um contexto pop-rock e o rock alternativo “musculado”.
– Qual o significado de ter participado no Festival de Bandas Zé Pedro?
– Nos primeiros anos do projeto, de 2015 a 2017, nós como banda inscrevemo-nos em vários concursos de música, e conseguimos sair vencedores do “LxPro Bandas Procuram-se” em Odivelas, “Concurso de Bandas de Setúbal”, “Abril Bandas Mil Olhão”, “Concurso Novos Valores Lisboa Festa do Avante” e também do “Riffest Vila Franca”. Ter conseguido vencer o Festival de Bandas Zé Pedro em 2024 nos Olivais foi uma espécie de prova de que o projeto a solo também tem pernas para andar.
– Como se afirma a sua identidade musical?
– Bom, é difícil explicar. Uma vez disseram-me que o meu rock era “musculado” e gostei imenso dessa expressão para descrever o que faço. Algo enérgico, com atitude e forte, mas ao mesmo tempo perfeccionista e cuidado.
– Além de músico/compositor como ocupa a tua vida?
– Estive alguns anos na área do audiovisual, mais ligado à captação de som ao vivo em eventos. No entanto, acabei de tirar um curso em edição de vídeo e estou neste momento a estagiar numa empresa ligada à televisão.
– Amante de algum clube futebol?
– Sou benfiquista. Já liguei mais ao futebol, mas também já liguei menos. É um desporto que gosto de acompanhar de uma forma não muito detalhada. Estou curioso para ver como se vai sair José Mourinho, que é uma pessoa cuja carreira admiro imenso. No entanto, o meu desporto de eleição é a Formula 1, e até mesmo o automobilismo em geral. A paixão pelos automóveis foi-me passada pelo meu pai. O meu “clube” na Formula 1 é a equipa Alpine… digamos que, olhando para os resultados deste ano, não tenho razão nenhuma para estar contente. Mas como já dizia o outro, para o ano é que é.
– Tens outras vocações? Ainda estudas?
– Tal como disse, gosto muito de acompanhar desportos motorizados. Faço karting com o meu pai e com o meu primo. Entramos em campeonatos amadores e divertimo-nos imenso. Sou fanático por montanhas russas e parques de diversões. Passo horas a pesquisar sobre esse divertimento. Estive a tirar um curso de edição e pós-produção de vídeo no último ano e acho que me estou a safar bem no estágio. É outra paixão minha com certeza.







